Vou juntar dinheiro para ter uma bela casa,
Onde meus futuros filhos possam viver,
E eu possa escrever tranquilamente.
Vai possuir um portão azul muito bonito,
encimado de cerca elétrica pomposa;
e no jardim,
paraíso meu e do meu amor,
um cão-guarda feroz nos fará companhia.
Nos finais de semana ocorrerão festas,
e os amigos inundarão minha bela casa,
após terem suas identidades aprovadas na
guarita.
Pularemos de felicidade,
com cautela para os vizinhos não acordarem.
Mais à noite,
quando todos tiverem ido,
estarei a sós com minha namorada.
Iremos para a cama nos divertir,
temerosos da camisinha furar.
Após o gozo sorriremos e murmuraremos:
"Como é bom ter a liberdade para te amar"
Friday, December 22, 2006
Sunday, October 29, 2006
Poesia-Bêbada de um apaixonado
Quero um fluxo de palavras, senão belas
Ao menos enganosas, disfarces da minha Arte.
Uma boa ilusão salva uma vida,
E como poeta quero iludir a dor, a fome e a miséria,
Cantando o Amor que não existe, abortado
Pelo medo, pela solidão e pelo nonsense do sentido.
A cura para os meus anseios repousa imediatamente ao meu lado,
Separada de mim por uma muralha de carne com concreto,
Acimentada por uma ideologia mais antiga que meu nascimento,
E o nascimento de meus avós e tataravôs, e por seres anteriores a eles.
O que faço agora, bêbado como um mendigo de rua,
Acreditando que a aura etílica me deu forças para me livrar
Dos meus horrores mais internos; do meu descompasso ao falar,
Do blackout mental que me acompanha desde meu nascimento,
E que infectam a área não regular da minha alma,
Teimosa essência que vive a me gritar que no fundo, bem no fundo,
Este não sou eu.
Como posso imaginar que o prazer e o Céu estão tão próximos,
E eu, que me ajoelhei em entrega total e não titubeei em rogar promessas de amor,
- que não caberiam nesse verso, nem em centenas de outros – ,
mas não pareço ser capaz de cumprir agora, bastando-me apenas,
Escalar a fronteira que estás a me dizer: não!, porém que não pode ser maior
Que o meu Amor.
Minha alma, classificada como imortal e grandiosa,
Não é mais que um leve gracejo e um lampejo de criatividade.
Eu me perco no rio dos martínis, na cachoeira dos vinhos e nas torneiras de vodka.
Penso em quem realmente sou... Sei que sou um amnésico por nascença,
Condenado a esquecer meus momentos mais intensos, onde residem aquelas emoções,
Que nunca voltam para nos lembrar o quanto esquecemos de nós mesmos.
O quanto ainda esqueceremos, a cada hora e minuto passados, em levas apressadas de anos.
A dor não cresce tanto em meu peito,
Pois troquei o conforto das minhas dores,
Das minhas feridas, e dos meus sonhos quebrados,
Desiludidos, deturpados, degenerados, destruídos,
Por este poema, podre e pustulento,
Que não engrandece nem mesmo uma metáfora.
Este poema foi programado para morrer esta noite,
Junto com os restos dos meus sonhos e fantasias,
Determinados para exaurir-se esta noite, pois assim ordena,
Aquilo que reside em minhas profundezas,
Seja lá coração ou alma, espírito ou energia,
Moradora de plenos poderes sobre o ser que pulsa todo em mim.
Destarte, sou eu mesmo.
Hoje sou passageiro,
Como o álcool que caminha em minhas veias,
Como as dores que me cortam e recortam,
Como a excitação exasperante que me grita.
Adentrar os reinos do teu corpo... Isso sim seria eterno!
Ao menos enganosas, disfarces da minha Arte.
Uma boa ilusão salva uma vida,
E como poeta quero iludir a dor, a fome e a miséria,
Cantando o Amor que não existe, abortado
Pelo medo, pela solidão e pelo nonsense do sentido.
A cura para os meus anseios repousa imediatamente ao meu lado,
Separada de mim por uma muralha de carne com concreto,
Acimentada por uma ideologia mais antiga que meu nascimento,
E o nascimento de meus avós e tataravôs, e por seres anteriores a eles.
O que faço agora, bêbado como um mendigo de rua,
Acreditando que a aura etílica me deu forças para me livrar
Dos meus horrores mais internos; do meu descompasso ao falar,
Do blackout mental que me acompanha desde meu nascimento,
E que infectam a área não regular da minha alma,
Teimosa essência que vive a me gritar que no fundo, bem no fundo,
Este não sou eu.
Como posso imaginar que o prazer e o Céu estão tão próximos,
E eu, que me ajoelhei em entrega total e não titubeei em rogar promessas de amor,
- que não caberiam nesse verso, nem em centenas de outros – ,
mas não pareço ser capaz de cumprir agora, bastando-me apenas,
Escalar a fronteira que estás a me dizer: não!, porém que não pode ser maior
Que o meu Amor.
Minha alma, classificada como imortal e grandiosa,
Não é mais que um leve gracejo e um lampejo de criatividade.
Eu me perco no rio dos martínis, na cachoeira dos vinhos e nas torneiras de vodka.
Penso em quem realmente sou... Sei que sou um amnésico por nascença,
Condenado a esquecer meus momentos mais intensos, onde residem aquelas emoções,
Que nunca voltam para nos lembrar o quanto esquecemos de nós mesmos.
O quanto ainda esqueceremos, a cada hora e minuto passados, em levas apressadas de anos.
A dor não cresce tanto em meu peito,
Pois troquei o conforto das minhas dores,
Das minhas feridas, e dos meus sonhos quebrados,
Desiludidos, deturpados, degenerados, destruídos,
Por este poema, podre e pustulento,
Que não engrandece nem mesmo uma metáfora.
Este poema foi programado para morrer esta noite,
Junto com os restos dos meus sonhos e fantasias,
Determinados para exaurir-se esta noite, pois assim ordena,
Aquilo que reside em minhas profundezas,
Seja lá coração ou alma, espírito ou energia,
Moradora de plenos poderes sobre o ser que pulsa todo em mim.
Destarte, sou eu mesmo.
Hoje sou passageiro,
Como o álcool que caminha em minhas veias,
Como as dores que me cortam e recortam,
Como a excitação exasperante que me grita.
Adentrar os reinos do teu corpo... Isso sim seria eterno!
Wednesday, October 18, 2006
Quadrinhos da Gota Serena
Para os que desconhecem obras de quadrinhos nacionais, aqui vai uma recomendação de uma leitura fascinante. A obra é Estórias Gerais, do roteirista Wellington Srbek e do desenhista Flavio Colin, que teve primeira edição lançada em 2001.
O livro traz seis capítulos recheados de histórias do sertão brasileiro, onde não faltam doses elevadas do misticismo e da simplicidade dos sertanejos, rivalidade entre jagunços comandados por poderosos coronéis e a influência dos padres sobre o povo, que beira ao medievalismo.
Até agora, só devorei o primeiro capítulo da história, Antônio Mortalma, que traz um jornalista da “cidade grande” atrás de histórias ocorridas em um vilarejo de Minas Gerais que é assombrada por ataques de cangaceiros liderados por um lendário homem, temido por todos os moradores da cidade.
Além da linguagem típica dos personagens sertanejos, outra característica bem reproduzida da cultura desse povo é a estética dos desenhos que se assemelha à das ilustrações encontradas em cordéis e que inserem o leitor no ambiente e no clima do interior brasileiro.
Estórias Gerais é baseado na obra-prima de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, e em diversos contos e novelas que retratam a vida típica no interior. A HQ foi indicada como material didático obrigatório em alguns estados brasileiros e, portanto, atingiu alto nível de sucesso.
Quem quiser o material, mas não encontra ou não tem dinheiro, pode procurar em http://hdvirtual.blogspot.com
O livro traz seis capítulos recheados de histórias do sertão brasileiro, onde não faltam doses elevadas do misticismo e da simplicidade dos sertanejos, rivalidade entre jagunços comandados por poderosos coronéis e a influência dos padres sobre o povo, que beira ao medievalismo.
Até agora, só devorei o primeiro capítulo da história, Antônio Mortalma, que traz um jornalista da “cidade grande” atrás de histórias ocorridas em um vilarejo de Minas Gerais que é assombrada por ataques de cangaceiros liderados por um lendário homem, temido por todos os moradores da cidade.
Além da linguagem típica dos personagens sertanejos, outra característica bem reproduzida da cultura desse povo é a estética dos desenhos que se assemelha à das ilustrações encontradas em cordéis e que inserem o leitor no ambiente e no clima do interior brasileiro.
Estórias Gerais é baseado na obra-prima de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, e em diversos contos e novelas que retratam a vida típica no interior. A HQ foi indicada como material didático obrigatório em alguns estados brasileiros e, portanto, atingiu alto nível de sucesso.
Quem quiser o material, mas não encontra ou não tem dinheiro, pode procurar em http://hdvirtual.blogspot.com
Monday, October 16, 2006
Fim de uma era
Bem, meus desesperos se foram após uma longa tortura... Estaria a sorte me sorrindo? Difícil afirmar, mas por um dia, ao menos, posso me largar em largos sorrisos. Pra fazer a alegria da criançada trago um link com uma notícia quente: http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n16102006_03.cfm
E, pra dar o troco na poesia triste, apresento-lhes:
E, pra dar o troco na poesia triste, apresento-lhes:
Ensacando tempestades
Venham atrás de mim, arautos do destino, que me encontro em total plenitude.
Não há mais ventos virulentos a temer,
Pois agora a força da natureza faliu.
Quero me lançar por um cano e me diluir
No universo.
Minha alegria está em tudo, sou do mundo todo.
Retomo o prazer da vida, e ponho fim ao caos,
Que o clima ruim trouxe, de repente.
As tempestades vão morrendo, empurradas
Do barco,
Que contém a minha vida e minha amada.
Os milagres, enfim, acontecem...
Em momentos simplórios,
Venham atrás de mim, arautos do destino, que me encontro em total plenitude.
Não há mais ventos virulentos a temer,
Pois agora a força da natureza faliu.
Quero me lançar por um cano e me diluir
No universo.
Minha alegria está em tudo, sou do mundo todo.
Retomo o prazer da vida, e ponho fim ao caos,
Que o clima ruim trouxe, de repente.
As tempestades vão morrendo, empurradas
Do barco,
Que contém a minha vida e minha amada.
Os milagres, enfim, acontecem...
Em momentos simplórios,
Sentados num sofá,
Que parece um globo isolado do mundo.
Saturday, October 14, 2006
Revisão
Revisão
Era uma vez que ela era uma pedra que gritava alto e pulava feliz quando dançava a valsa e ria alto da serra-precipício que chega mais forte aqui que se diz tudo que a fazenda tem de comum com o colibri que voa feliz e assim pra sempre voando até chegar no fim do dia da vida de cada um que chora a qualquer hora que a bela e normal como filmes que passam na TV que mostram aparelhos modernos do nosso século que já morreu a anos e que ainda vive debaixo da água que cobre o vestido bonito e azul do céu que fica cinza como um fio do cabelo caído do botão amarelo que é a cor do bebê morto com tiros do céu que é transparente como a furta cor dos seus olhos que nada podem ver dentro do vazio de ninguém que jamais soube ler, mas que toca violino muito bem onde folhas escritas estão em branco voando na cabeça das bonecas de vidro da porcelana que se parte em cima do carro velho com mil cacos de plástico espalhados no corpo amarrado e azul de quem não tem amor e corre depressa para nada alcançar no fim da estrada de vento cheia de ciscos vivos com facas que devoram seu corpo dentro da caixinha de música da sua infância que tinha a cor da mancha do asfalto colorido-desbotado onde pessoas comem suas esperanças alimentando-se de nada em plena cidade onde nada é tudo.
Patrícia Paixão Martins
26/06/06
Era uma vez que ela era uma pedra que gritava alto e pulava feliz quando dançava a valsa e ria alto da serra-precipício que chega mais forte aqui que se diz tudo que a fazenda tem de comum com o colibri que voa feliz e assim pra sempre voando até chegar no fim do dia da vida de cada um que chora a qualquer hora que a bela e normal como filmes que passam na TV que mostram aparelhos modernos do nosso século que já morreu a anos e que ainda vive debaixo da água que cobre o vestido bonito e azul do céu que fica cinza como um fio do cabelo caído do botão amarelo que é a cor do bebê morto com tiros do céu que é transparente como a furta cor dos seus olhos que nada podem ver dentro do vazio de ninguém que jamais soube ler, mas que toca violino muito bem onde folhas escritas estão em branco voando na cabeça das bonecas de vidro da porcelana que se parte em cima do carro velho com mil cacos de plástico espalhados no corpo amarrado e azul de quem não tem amor e corre depressa para nada alcançar no fim da estrada de vento cheia de ciscos vivos com facas que devoram seu corpo dentro da caixinha de música da sua infância que tinha a cor da mancha do asfalto colorido-desbotado onde pessoas comem suas esperanças alimentando-se de nada em plena cidade onde nada é tudo.
Patrícia Paixão Martins
26/06/06
Friday, October 13, 2006
A tempestade parece se aproximar em meio a dias irracionais, onde a tessitura do escuro além do umbral da porta se distorcem malignamente. Em alguns versos destilo minha confusão.
Minha amada, outrora te escrevi as linhas mais belas,
E agora retorno para falar-te que sinto medo,
De que nosso amor, tão possante, se desvaneça cedo,
Desfazendo nossas juras e as verdades contidas nelas.
Vivemos uma historieta romântica, uma fantasia tantalizante,
Mas agora a realidade tenta nos sobrepujar com a dor,
e o peso da responsabilidade fez nosso beije perder o sabor.
Parece o rumo à escatologia completa de nossa união fascinante.
Nenhuma de minhas palavras e canções foram vazias,
Não haviam como ser, pois fizeste retumbar meu coração,
Em uma marcha que ressoava sempre ao te ver, em adoração.
É impossível esquecer-te, tua face e bochechas macias.
Sei que parte do meu coração nunca mais será meu novamente,
Assim como parte de ti se desgastou no fulgor dos nossos encontros,
E se perdeu para sempre. De tão enamorados, nós fomos tontos,
Abrindo assim a barreira que nos separava do pecado eminente.
A vergonha se encerra em nós, sonhadores de uma outra época,
Em que não existiam doenças, dores, destruição, dúvidas ou desesperos,
Apenas os nervosismos e as ansiedades jovens, pequenos destemperos,
Comparados ao nosso fardo cruel, isento de súplicas.
Meu pequeno Amor, não desvies o teu olhar das minhas lentes,
Vê que ainda te amo, com a chama da eternidade da minha paixão atroz.
Com tua sinceridade, diga-me, de agora em diante, o que será de nós?
Minhas mãos estão contigo, preparadas para nossos atos penitentes.
Não deve haver, mesmo em um torpe mundo, erro que não se repare,
Nem mal que se arraigue tão fundo, que não possa ser decepado.
Ainda mais se o infortúnio foi por um Amor puro realizado.
Em minha descrença peço a Deus que com sua piedade nos apare.
O que será de nós?
Tempestades a bordo
Minha amada, outrora te escrevi as linhas mais belas,
E agora retorno para falar-te que sinto medo,
De que nosso amor, tão possante, se desvaneça cedo,
Desfazendo nossas juras e as verdades contidas nelas.
Vivemos uma historieta romântica, uma fantasia tantalizante,
Mas agora a realidade tenta nos sobrepujar com a dor,
e o peso da responsabilidade fez nosso beije perder o sabor.
Parece o rumo à escatologia completa de nossa união fascinante.
Nenhuma de minhas palavras e canções foram vazias,
Não haviam como ser, pois fizeste retumbar meu coração,
Em uma marcha que ressoava sempre ao te ver, em adoração.
É impossível esquecer-te, tua face e bochechas macias.
Sei que parte do meu coração nunca mais será meu novamente,
Assim como parte de ti se desgastou no fulgor dos nossos encontros,
E se perdeu para sempre. De tão enamorados, nós fomos tontos,
Abrindo assim a barreira que nos separava do pecado eminente.
A vergonha se encerra em nós, sonhadores de uma outra época,
Em que não existiam doenças, dores, destruição, dúvidas ou desesperos,
Apenas os nervosismos e as ansiedades jovens, pequenos destemperos,
Comparados ao nosso fardo cruel, isento de súplicas.
Meu pequeno Amor, não desvies o teu olhar das minhas lentes,
Vê que ainda te amo, com a chama da eternidade da minha paixão atroz.
Com tua sinceridade, diga-me, de agora em diante, o que será de nós?
Minhas mãos estão contigo, preparadas para nossos atos penitentes.
Não deve haver, mesmo em um torpe mundo, erro que não se repare,
Nem mal que se arraigue tão fundo, que não possa ser decepado.
Ainda mais se o infortúnio foi por um Amor puro realizado.
Em minha descrença peço a Deus que com sua piedade nos apare.
O que será de nós?
Thursday, October 12, 2006
Meia-noite, momento em que os escravos da conexão discada - como eu - migram loucamente para a grande rede, onde ficam a esperar minutos a fio enquanto uma simples página abre, consumindo todo o prazer de estar conectado e remetendo o internauta marginal aos acessos de ânsia.
Inicio agora este blog meio desleixado, apenas como veículo para expôr minhas humildes opiniões sobre minha vidinha muito cheia de rotina, porque assim a quis.
Como introdução, eu gostaria de postar uma poesia da qual gosto muito, do norte-americano Allen Ginsberg e que sintetiza a eterna busca pelo Amor e pela compreensão que muitas almas humanas empreendem. Aí vai...
Inicio agora este blog meio desleixado, apenas como veículo para expôr minhas humildes opiniões sobre minha vidinha muito cheia de rotina, porque assim a quis.
Como introdução, eu gostaria de postar uma poesia da qual gosto muito, do norte-americano Allen Ginsberg e que sintetiza a eterna busca pelo Amor e pela compreensão que muitas almas humanas empreendem. Aí vai...
Canção
O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação
o peso
o peso que carregamos
é o amor.
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -
sai para fora do coração
ardendo de pureza -
pois o fardo da vida
é o amor,
mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.
Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contido
quando negado:
o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.
Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -
sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.
Subscribe to:
Posts (Atom)