Era uma vez que ela era uma pedra que gritava alto e pulava feliz quando dançava a valsa e ria alto da serra-precipício que chega mais forte aqui que se diz tudo que a fazenda tem de comum com o colibri que voa feliz e assim pra sempre voando até chegar no fim do dia da vida de cada um que chora a qualquer hora que a bela e normal como filmes que passam na TV que mostram aparelhos modernos do nosso século que já morreu a anos e que ainda vive debaixo da água que cobre o vestido bonito e azul do céu que fica cinza como um fio do cabelo caído do botão amarelo que é a cor do bebê morto com tiros do céu que é transparente como a furta cor dos seus olhos que nada podem ver dentro do vazio de ninguém que jamais soube ler, mas que toca violino muito bem onde folhas escritas estão em branco voando na cabeça das bonecas de vidro da porcelana que se parte em cima do carro velho com mil cacos de plástico espalhados no corpo amarrado e azul de quem não tem amor e corre depressa para nada alcançar no fim da estrada de vento cheia de ciscos vivos com facas que devoram seu corpo dentro da caixinha de música da sua infância que tinha a cor da mancha do asfalto colorido-desbotado onde pessoas comem suas esperanças alimentando-se de nada em plena cidade onde nada é tudo.
Patrícia Paixão Martins
26/06/06