Tuesday, August 14, 2007

Tudo que eu falar sobre quadrinhos é brincadeira - é uma arte amável

A leitura pós-sexo é a que mais me atrai, até porque ser ou citar alguma coisa que é pós alguma outra coisa, dá a entender que tudo é meio do além, e portanto você é moderno e abstrato o suficiente para ser cult e gostoso.
Pois então, após o gozo vem um estranho momento fértil. Segundo o quadrinista e pesquisador Scott McCloud, os homens começaram a fazer suas primeiras histórias em quadrinhos para preencher a lacuna temporal e existencial depois de uma boa trepada ou um notável pernil de qualquer bichinho do tempo das cavernas. Na verdade, este escritor de quadrinhos a quem me refiro nem é parâmentro científico algum, pois como todo quadrinista, ele é um vagabundo cínico que ganha pouco. No entanto, não posso reclamar muito, porque sem os quadrinhos, ejacular levaria uma experiência frustrante.
Enlatados da Marvel e da DC, álbuns europeus, folhas toscas orientais, tudo lá em minha estante, esperando o consumo. Pra ser mais poético até, diria que, se minha leitura é o pós-sexo, ela ainda carrega o sexo dentro dela. Então, ler estes quadrinhos delinqüentes, que até me adiciona alguama cultura, é um pronlogamento de prazer - e o livro ou revista, o objeto sexual, o corpo.
Mas, também não transo todo dia, nem toda semana, portanto não leio apenas baboseiras. De vez em quando pego um daqueles mestres que mudam sua vida por completo e você quer imitar o estilo dele de escrever. Neste rol vêm o Rubem Fonseca, o Dalton Trevisan, Shakespeare, E.T.A. Hoffmann, Terry Pratchett, Drummond e outros seres literários.
Por quase obrigação, leio jornal, revista, site ou blog informativo na tentativa do estado efêmero do ser bem informado. Como as histórias se parecem muito, não leio muita notícia, apenas as muito estrambólicas - do tipo: "Indiana amnésica esteve grávida por 30 anos e tinha esquecido de parir". Acabo gostando mais de ler críticas, resenhas e entrevistas.
Fui Banda Mel!
P.N.P.T. (Pós-nota pós texto): Reitero que apenas brincava com os quadrinhos. Ironizo o senso comum sobre a arte, porque no fundo eu a vejo como uma arte com bom feedback pra pesquisa e bastante intelectual. Também brinco com as vanguardas.
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Texto livre para aula de Comunicação Escrita, UFBa, com o professor Maurício Tavares. Tema: Hábitos pessoais de leitura

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