Monday, March 12, 2007

Só dá merda quando você se diverte pelado

Cabeça quente. Meu coração devia estar explodindo num TUM TUM TUM febril.
A vida perdeu toda a solidez, é agora um líquido liberando vapores - idéias e conceitos morais.
Sombras moveram-se sob a ausência de luz - sombras sem sentido de existir, ainda assim sombras. Um homem de batina - antes fosse uma mulher, veio com um chicote nas mãos. Ele surgiu de um redemoinho na parede, todo feito de sombra. Só eu o vi.
Pelados, estavam todos os filhos da revolução, sementes da liberdade. E o anti-libertário estava ali, e só eu o notava. Eu, nu como todos os outros, mas talvez ainda mais nu - sem armas.
A apatia daquele ser, seu olho que piscava amarelo, sua mente telecinética. Meu corpo fora tragado pelo seu pensamento e jogado ao chão - BLAM!.
Aranha na teia, aranha na teia, teia na aranha... O goblin maligno vindo em minha direção, uma abóbora sorridente.
Solidão debaixo da água encanada - BLUB, BLUB, TUM, TUM.
Hino da Liberdade - ARGHHH, ARHHH, OOOHH.
Amnésia temporariamente removida. FLASH! Uma luz fraca e azul no meu rosto - pela eternidade de uma tarde que não voltará mais. Ao lado do Homem De Batina, estava eu mesmo, embrutecido e mais concurda, forçando para baixo a cabeça de outro eu, só que este minha versão criança vestido de palhaço e com um junco cheio de sabão - triste e oprimido.
Descendo do teto, imaterial o espírito fantasma, o Caos Voador. Eu não podia vê-lo, nem escutá-lo. Falei com ele, o cuspi ao falar, mas ele se abria em buracos e as ondas sonoras passavam por eles direto pro ralo.
De dentro da lata de lixo, um rosto familiar saltou como um fantoche de uma caixa de surpresas. O rosto ficava rindo, a risada de um buttons em forma de smile - sem graça real, de tom acusatório, denunciador dos 'pecados'.
Por último, havia uma mulher venenosa, à minha imagem e semelhança, que sorria e me pedia devoção.

Em uma marcha imperiosa, o Sexteto veio, exalando gases, fazendo sinais de silêncio - SHHH!!!, preparados para devorar minha mente. E ele estava a apenas um centímetro, aspas formavam uma cruz na minha testa...
CLAK!
Uma mulher maravilhosa - uma das poucas, entrou na minha mente, e expulsou o sexteto, não sem dificuldades. E ela era apenas uma humana...
Cada um dos vilões foram expulsos, só que cada um deles se cortou nas paredes e portas e deixou um pedaço simbionte de si mesmo. Este pedaço se mesclou à minha carne.

Carrego dentro de mim este monstro, um incômodo explosivo. Como fazem os heróis, eu poderia me esconder para poupar o mundo da minha presença... Só que isto é bobagem! Vago entre os normais, e não sei até quando suportarei minha condição mutante...
SUSPIRO
SOMBRAS DENTRO DE SOMBRAS

1 comment:

Anonymous said...

então,eu gostei do texto.=)